ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO BÁSICA: PERCURSO E PERCALÇOS
Dra. Lucimar Araújo Braga
Este artigo é resultado de pesquisa na área de formação de professores,
em desenvolvimento em projetos de pesquisa e extensão de nossa autoria, na
Universidade Estadual de Ponta Grossa. A metodologia utilizada é a pesquisa
qualitativa e o objetivo é realizar uma investigação sobre a situação das línguas
estrangeiras nos currículos educacionais brasileiros, desde a educação jesuíta,
até a aprovação da LEI 11.161/2005 e de sua revogação, em 2017, com a LEI
13.415/2017, que abrangem, respectivamente, a inserção/exclusão da língua
espanhola nos currículos do ensino médio no Brasil. Por se tratar de uma investigação
documental, os dados foram coletados em literatura da área e documentos oficiais
relacionados à educação formal. Os resultados apontam para a manutenção de
certo monolinguismo da língua inglesa e de descaso para com as demais línguas
estrangeiras nos currículos brasileiros.
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Ensino de português para refugiadas e refugiados: Pode entrar?
Ana Letícia Oliveira
Dados os contextos multilíngues e multiculturais presentes na sociedade atual em virtude da globalização e dos fluxos migratórios decorrentes de inúmeras causas em vários lugares do mundo (guerras, desastres naturais, etc.), entendemos que há a necessidade de pensarmos o ensino de línguas na perspectiva de adição ao repertório linguístico do falante-aprendiz. Tendo em vista esta necessidade, neste trabalho, buscamos abordar algumas questões problematizadas no Grupo de Estudos Português Língua Adicional (PLA), em atividade na Universidade Estadual de Ponta Grossa sob a coordenação da Profª. Cloris Porto Torquato. Esse grupo é voltado para o ensino de língua portuguesa para migrantes e refugiados e também voltado para formação docente (pré-serviço e continuada). Dentre as questões que problematizamos no PLA, traremos, neste trabalho, a distinção entre Língua Estrangeira e Língua Adicional, a noção de tarefa, a especificidade dos contextos de ensino e a concepção de língua/linguagem advinda do Círculo de Bakhtin. Esses conceitos são orientadores da análise de um livro didático específico elaborado para o ensino de língua portuguesa para refugiados e refugiadas no Brasil. Este livro busca suprir lacunas no ensino de língua portuguesa nesse contexto multilíngue e multicultural vivenciado no Brasil em função dos recentes fluxos migratórios de refúgio. Nossa análise indica que, embora as temáticas propostas sejam relevantes para o público-alvo, predomina uma perspectiva estruturalista pouco produtiva para o efetivo diálogo intercultural e para as ações linguístico-discursivas implicadas na entrada dessas/es refugiadas/os nos distintos contextos brasileiros.
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